Esporte Educacional não deve estar preocupado com rendimento

Durante muito tempo e talvez a gente ainda encontre por aí, o Esporte Educacional foi aplicado como prática desportiva, principalmente aos esportes coletivos como voleibol, basquetebol, handebol e futebol, deixando de levar em consideração o conhecimento prévio do aluno (conhecimentos motores e culturais). Porém, o esporte pode ser utilizado de formas diferentes.

A concepção de Esporte deve ser modificada na escola passando a considerar o aluno como sujeito da prática pedagógica, ou seja, o aluno pode dizer por que ele quer jogar de um jeito e não de outro, transformando a prática esportiva em termos afetivos, culturais, sociais e motores.

O esporte educacional deve adaptar regras, estruturas, espaços e gestos motores de acordo com as realidades de cada território. Pode mesclar o saber formal, aprendido na escola, com o saber informal, produzido pela comunidade. É uma forma de aprendizagem de valores e conteúdos, onde se pode aprender jogando e jogar aprendendo.

O esporte educacional requer planejamento pedagógico que se desenvolve ao longo do tempo, visando atingir aos objetivos (educacionais) que se propõe. A intencionalidade pedagógica deve ser traduzida nas seguintes premissas:

Ensinar o esporte para todos, respeitando a diversidade de gênero, biótipo, raça, etnia;
Ensinar bem esporte, considerando a diversidade para desenvolver as habilidades e as táticas esportivas dos alunos, para além das aptidões esportivas;
Ensinar mais do esporte, estimulando o desenvolvimento de competências para a inserção social e exercício da cidadania, que implica no desenvolvimento da capacidade de leitura crítica do mundo e do próprio esporte nos diferentes contextos em que este se manifesta.

O esporte educacional se diferencia do esporte de rendimento porque não seleciona os mais aptos, não está submetido à lógica exclusiva do rendimento máximo que está presente nas competições e grandes eventos esportivos de alto nível. É importante ressaltar que não se trata da atribuição de valor negativo à competição, como algo a ser evitado, pelo contrário, a competição dentro do processo educacional proporciona aprendizagens específicas e é pensada ou planejada para que todos a vivenciem.

Os objetivos do Esporte na escola, segundo Teixeira (1999), são a promoção da saúde, sociabilização, construção de valores morais e éticos, recreação e lazer. O Esporte assume um aspecto recreativo quando é usado como lazer, onde o praticante não se preocupa com a vitória; assume um aspecto formativo quando é voltado ao rendimento e competição, visando a vitória como objetivo final.

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