A morte súbita no Futebol






Infectologista explica quais os riscos aos jogadores no retorno do ...

Algumas doenças cardíacas congênitas evoluem silenciosamente durante vários anos. Em um dado momento, porém, exercícios intensos podem desestabilizar o músculo do coração, provocando uma parada cardíaca. Avaliações médicas regulares podem salvar vidas. Nos últimos anos, alguns jovens jogadores morreram em campo porque, simples e duramente, o coração parou de bater repentinamente. Casos assim são chamados de morte súbita cardíaca.



Devido a esses casos, a FIFA, entidade máxima do futebol, já se organizou para organizar um registro a nível mundial dos casos de morte súbita no futebol. O objetivo é localizar e sistematizar os relatórios para descobrir se existe um ‘padrão’ específico do futebol e, assim, fazer uma prevenção correta para que seja minimizado o máximo possível.

Agrande maioria das vítimas sofre de alguma cardiopatia congênita, que não foi identificada a tempo. Sendoa assim, doenças progridem por um longo tempo sem que se dê conta, até que, um dia, um esforço extra sobre o coração faz com que os mecanismos de compensação do corpo, suficientes em estado de repouso, se vejam sobrecarregados. Esforço físico intenso é capaz de produzir esse efeito.

Esse questionário abaixo tem o objetivo de detectar sinais sutis de doenças cardíacas pré-existentes que, de outro modo, poderiam passar despercebidos:
  • Você tem ou teve recentemente sintomas de gripe ou sofreu infecções causadas por vírus? Você já teve febre reumática?
  • Você já teve, seja em repouso ou durante um exercício, algum dos seguintes sintomas: dor ou aperto no peito, falta de fôlego, tosse ou bronquite?
  • Você já sentiu, seja em repouso ou durante um exercício, algum tipo de palpitação, batimentos irregulares ou coração acelerado?
  • Você já teve outros problemas no coração?
  • Você alguma vez, seja em repouso ou durante um exercício, sentiu tonturas ou desmaiou?
  • Você se cansa mais rapidamente que os seus companheiros de time?
  • Você faz uso de algum tipo de medicamento?
  • Você tem algum tipo de alergia?
  • Alguma vez o seu médico lhe disse que você tem sopro no coração ou pressão alta?
  • Alguma vez o seu médico lhe disse que você tem epilepsia?
  • Você alguma vez foi aconselhado a abandonar o esporte?
  • Existe algum caso de morte súbita cardíaca na sua família?
  • Existe algum caso de pressão alta, doença cardíaca ou uso de marca-passo na sua família?
  • Alguém da sua família já foi submetido a cirurgia cardíaca?
  • Alguém da sua família já teve acidente vascular cerebral (AVC)?
  • Existe algum caso de afogamento ou acidente de carro inexplicáveis na sua família?

É importante submeter-se a avaliações médicas regulares: um exame cardíaco detalhado (físico, eletrocardiograma) pode indicar suspeitas de alguma doença. Em seguida, será necessária uma investigação especializada adicional (ultrassom, por exemplo), que pode revelar a gravidade do problema e determinar se o paciente precisará ou não de tratamento antes de voltar a jogar.

Outra coisa importante é jamais entrar em campo se sentindo mal: alguns vírus costumam causar apenas um resfriado, mas às vezes podem provocar uma inflamação aguda do músculo cardíaco, principalmente no caso de exercícios físicos intensos. Por isso, jamais treine ou jogue quando tiver um resfriado acompanhado de febre ou dor nas articulações. Respeite a "regra da cabeça" e NÃO pratique exercícios intensos em caso de qualquer dor ou incômodo do pescoço para baixo. Isso significa que um nariz entupido não é impedimento para as atividades físicas, mas uma tosse ativa sim.

Algumas fatores e doenças podem ser identificadas como causa desse mal. Em jogadores abaixo dos 35 anos:

  • Cardiomiopatia hipertrófica — aumento contínuo do músculo do coração que evolui por muitos anos. Diferentemente do "coração de atleta", o músculo não funciona corretamente.
  • Displasia arritmogênica do ventrículo direito — quando o tecido muscular é substituído por tecido adiposo (gordura) no ventrículo direito.
  • Outras causas comuns incluem enfermidades congênitas do tecido muscular e anomalias nas artérias coronarianas
  • Medicamentos, drogas, estimulantes e certos medicamentos antialérgicos. O uso de cocaína leva a um risco considerável de morte súbita cardíaca durante o exercício!
  • Miocardite — vírus que causam sintomas da gripe ou de outras doenças podem afetar o músculo do coração, provocando uma inflamação aguda que só poderia se manifestar com a prática de exercício.

Em jogadores acima dos 35 anos, a causa mais frequente de morte súbita cardíaca é doença arterial coronariana, que é uma contusão na parede torácica (todas as idades) — embora pouco comum, a parada cardíaca pode ser causada pelo impacto de um objeto (uma bola, por exemplo) em uma área específica do tórax em momento especialmente vulnerável do ciclo cardíaco.

Algumas medidas dentro do futebol brasileiro foram adotadas e esse assunto ficou em destaque por causa, infelizmente, da morte do Serginho, jogador do São Caetano. De lá para cá, clubes adotaram avaliações médicas regulares, inclusive com protocolos preventivos

Publicado em 04/04/14 e revisado em 26/04/20

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A morte súbita no Futebol A morte súbita no Futebol Editado por Dani Souto on 06:51 Nota do Post: 5
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